sábado, 29 de novembro de 2014

Estudo revela que autismo pode ser curado e droga está perto de ser desenvolvida

.timtA Universidade da Califórnia, EUA, divulgou um novo estudo que reforça a tese de que o autismo pode ser reversível e se aproxima de um possível medicamento para tratar o transtorno. A pesquisa foi conduzida pelo biólogo molecular brasileiro, Alysson Muotri.
Em 2010, a primeira etapa do estudo foi publicada e revelou que os neurônios são mais plásticos do que se imaginava, por isso, o autismo poderia ser reversível. A pesquisa transformou células da pele em neurônios de pessoas com síndrome de Rett – um dos tipos mais graves de autismo – e depois aplicaram um medicamento e notaram reversão nos efeitos genéticos, que no caso de Rett são causados por mutações num único gene: o MeCP2.
Na segunda fase, publicada nesta terça-feira, 11, os cientistas focaram no autismo clássico (ou não sindrômico), que apresentam vários genes envolvidos e sua base genética ainda não foi muito estudada. Os pesquisadores transformaram células da polpa do dente de leite em neurônios de um autista clássico e mapearam os genes do voluntário para encontrar os genes defeituosos. Várias mutações genéticas foram encontradas e, entre elas,  uma que anula uma das cópias do gene TRPC6.
Além disso, os cientistas descobriram que os níveis da síndrome de Rett (MeCP2) afetam a expressão de TRPC6, o que revela um caminho semelhantes nos dois tipos do transtorno. Em camundongos, a pesquisa mostrou que a mutação do TRPC6 leva à redução de sinapses e alterações morfológicas nos neurônios.
Em seguida aplicaram um medicamento que está sendo testado em humanos para tratar a síndrome de Rett nos neurônios do autista clássico e o efeito também foi positivo. o que leva a crer que os defeitos dos neurônios podem ser reversíveis e, portanto o transtorno pode ser curado.
Muotri disse que é possível que a tecnologia desenvolvida sirva também para diagnosticar qual o tipo de autismo e auxilie na hora de estabelecer o tratamento. Para o pesquisador, a combinação de reprogramação celular e sequenciamento genético abrirá portas para a medicina personalizada. Cada autista pode ter seu genoma sequenciado para ter um tratamento mais adequado.
Fontes: O Globo.

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