segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Lênin e a rota de fuga de petistas, por Aldo Fornazier  

SEG, 22/12/2014 

Embora muita gente de esquerda tenha dado um adeus a Lênin ele está e permanecerá entre os maiores taticistas e estrategistas da história política. Ele está também no seleto grupo dos grandes pensadores da ação política como atividade autônoma. Junto com Antônio Gramsci, ele foi um dos poucos líderes e teóricos marxistas que tinha a clareza de que a atividade política tem sua especificidade autonomia em relação ao econômico e ao social e, por isto, é portadora de poder e força constituintes do real ou de sua transformação. Neste sentido, os dois se ligam de forma inarredável ao pensamento de Maquiavel. Gramsci o faz de forma explícita teorizando sobre o legado maquiaveliano para a política moderna. Em Lênin, esta ligação aparece de forma autoevidente no conteúdo de seus textos. Não é preciso se considerar leninista – como não me considero – para reconhecer os méritos do líder da revolução russa. 
Muitos militantes do PT, no alto de sua arrogância, e mesmo se considerando portadores da verdade e sábios da política, deveriam estudar Lênin. Não resta dúvida de que o PT agrega militantes da melhor qualidade, que podem ser encontrados entre os militantes históricos do partido e nos combativos militantes dos movimentos sociais. Mas não restam dúvidas também de que parte dos militantes se degradou política e moralmente com a chegada do partido ao poder. Mais do que isto: existe hoje uma militância neopetista adesista e mal formada politicamente que se armou com os piores vícios do oportunismo para justificar os erros cometidos pelo partido e pelo governo.
Em que pese todas as evidências de que existem erros e corrupção no governo e no partido, os neopetistas adotam duas rotas de fuga para acobertar esses males ou, simplesmente, de forma esquizofrênica, negar a realidade. A primeira rota de fuga consiste na sustentação da tese de que todas as acusações não passam de uma conspiração comandada pela grande mídia – o chamado Partido da Imprensa Golpista (PIG). Qualquer crítica dirigida ao partido ou ao governo, mesmo que ela venha de petistas ou de eleitores do partido, é desqualificada com  adjetivos e identificada como uma ação do PIG. Essa atitude corresponde a aquela dos militantes de extrema-direita, que demonizam o PT e o governo por uma rejeição irracional ao que eles representam. Ambas as atitudes são antidemocráticas e fascistizantes. Para esses militantes, a ação penal 470 (mensalão) é uma perseguição, o governo Dilma não errou na condução da economia, a Petrobras não foi dilapidada e assaltada por grupos corruptos etc.
 A segunda rota de fuga consiste na justificação da corrupção, com a alegação de ela é realidade corrente, de que é preciso entrar no jogo para poder vencer eleições e governar, de que os outros partidos também são corruptos, mas são mais espertos e não se deixam pegar ou de que os programas sociais dos governos petistas compensam a corrupção. Os que adotam essa justificativa não viveram a construção do PT na oposição ou se esqueceram que o partido se fortaleceu criticando tudo isto e defendendo a ética na política.
No primeiro caso - colocar a culpa nos outros e fugir de suas próprias responsabilidades - tem-se aquela clássica falta de ética, pois, como alertava Weber, quem assim age não deixa revelar os verdadeiros interesses que defende. Ele sugere que se poderia tipificar como crime político a atribuição da culpabilidade aos outros e a fuga da responsabilidade própria. E note-se que essa conduta de setores petistas hoje sequer é feita em nome de uma ética das convicções, mas na ausência dela.
O segundo caso expressa uma capitulação oportunista à realidade estabelecida por um sistema corrupto e a todos os seus males. Aqui já não há nem convicções e nem causas, pois a corrupção é o puro reino da manipulação dos meios em nome de interesses pessoais ou grupais. Os neopetistas classificam como moralismo qualquer cobrança por moralidade, transparência e responsabilidade para com a coisa pública. Tal como no mundo antigo a corrupção era o maior dos males das repúblicas, ela o continua sendo nas democracias modernas.
Na verdade, o que falta ao PT como um todo e nos neopetistas em particular é o exercício da crítica e da autocrítica. E aqui é preciso retornar a Lênin. Embora ele adotasse as noções de crítica e autocrítica vinculadas a um critério de classe, na verdade, o conceito que esse par de termos expressa pode assumir uma dimensão universal e erigir-se e momento metodológico fundamental da atividade política. Crítica e autocrítica constituíam a essência da metodologia da ação partidária. A sua negação constituía o oportunismo político, assim definido pelo líder russo; “O oportunista não trai o seu partido, não lhe é infiel, não o abandona. Continua a servi-lo com sinceridade e zelo. O seu traço típico e característico é a maleabilidade instantânea do seu temperamento, a sua incapacidade para resistir à moda, a sua miopia política e falta de caráter. O oportunismo é o sacrifício dos interesses de longo prazo e essenciais do partido aos interesses momentâneos, transitórios e secundários”. Grosso modo é isso que se vê no PT quando aderiu a práticas políticas nefastas que já estavam postas antes de o partido chegar ao poder e que continuaram com o partido no poder, como evidencia o caso da Petrobras e outros casos.
Crítica e Autocrítica Como Método
Em relação à autocrítica como método permanente de retificação da ação do partido, Lênin foi categórico ao afirmar: “Ninguém poderá nos destruir, exceto os nossos próprios erros”. A partir disso passa a criticar a presunção dos partidos revolucionários que se recusam a perceber suas fraquezas, seus erros e deixam de ser transparentes. A dogmatização posterior que contaminou os partidos comunistas e a presunção de que eram portadores da verdade, foi fatal para a derrota do próprio comunismo. Se há um mérito que se possa reconhecer ao Partido Comunista Chinês é o de que não abandonou o método da autocrítica. Não é por acaso que o ex-ministro e dirigente partidário Bo Xilai foi condenado à morte por corrupção em 2013. Na semana passada mesmo, o diretor de uma empresa foi condenado à morte pelo mesmo motivo. Ou seja, o partido sabe fazer o ajuste com seus próprios erros e a autocrítica é um método aplicado no exercício geral do poder, valendo também para a condução econômica.
Para Lênin, a autocrítica, no sentido geral do termo, significava reconhecer abertamente os erros praticados, descobrir as causas que os geraram e buscar soluções e meios para corrigi-los. Assim, pode-se reconhecer na autocrítica um método inerente à estratégia da organização política, pois sem sua incorporação enquanto método permanente, a organização tende à crise interna e ao fracasso.
A crítica e a autocrítica eram entendidas por Lênin como dois momentos de um mesmo método. A crítica é necessária para que o partido seja uma organização capaz de compreender a realidade e, ao mesmo tempo, uma organização de combate. A autocrítica evita a derrota pelo erro, a presunção, o dogmatismo e a própria corrupção do partido. Para Lênin, a autocrítica era indispensável para a formação de quadros e dirigentes capacitados do partido, portadores de um caráter moral resoluto. Em termos específicos, a autocrítica é aquele ato em que o militante ou o partido, oficialmente, reconhece seus erros e suas culpas, de forma clara e pública. Dessa forma, o partido não pode ser monolítico. A sua unidade deve ser construída a partir dos seus conflitos internos, tendo por base os pontos de vista divergentes. Escamotear as divergências, negá-las, desqualificá-las é o caminho mais curto para acobertar os erros em nome de interesses escusos que, normalmente, são o combustível da corrosão moral e política do partido e de uma parcela de seus quadros e militantes.

Aldo Fornazieri – Cientista Político e Professor da Escolha de Sociologia e Política.

domingo, 21 de dezembro de 2014

Cabideiro!!!

Governos têm 14 vezes mais postos de livre nomeação do que a União

Por Daniel Bramatti | Estadão Conteúdo 

O governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral. (Foto por Marcelo Fonseca/Brazi l Photo Press/LatinContent/Getty Images)

 máquina de cargos de livre nomeação nos governos estaduais é pelo menos 14 vezes maior que a do governo federal. O último levantamento oficial sobre o assunto, divulgado em março pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que os governadores, somados, empregavam em 2013 cerca de 84 mil servidores sem concurso apenas na administração direta.
No governo federal, embora o total de cargos comissionados se aproxime dos 23 mil, quase 75% deles são ocupados por servidores de carreira. O número de funcionários sem vínculo com o serviço público (não concursados) é de 5.933, segundo o último Boletim Estatístico de Pessoal.
Os cargos de livre nomeação são cobiçados por grupos políticos interessados em “aparelhar” determinadas áreas dos governos. Mas também são usados para atrair à administração pública técnicos e gestores com qualificações específicas para determinadas tarefas. Além disso, abrigam servidores de carreira em cargo de chefia, que, com isso, recebem um bônus sobre seus salários básicos.
O governo do Rio de Janeiro, sozinho, supera o número de não concursados do governo federal: tem 6.016 na administração direta (gabinete do governador, secretarias e órgãos subordinados) e mais 3.236 na administração indireta (autarquias, fundações e empresas públicas). Na esfera federal, há pouco mais de mil comissionados nesse âmbito, mas as comparações são indevidas, pois o conceito de administração indireta é diferente do utilizado nos Estados.
O governo paulista abriga 3.165 comissionados não concursados na administração direta e 2.645 na indireta. Segundo a Secretaria de Gestão Pública, houve redução de 30% no total de comissionados “puros” desde o ano passado. Em Minas Gerais, dos 4.370 servidores não concursados, 3.056 são da administração direta e 1.314 estão em autarquias e fundações.
No conjunto dos Estados, além das 84 mil vagas na administração direta, os Estados empregam cerca de 30 mil não concursados na administração indireta.

sábado, 13 de dezembro de 2014

Outros Valores!!!

Linha de produção da prefeitura do Rio leva crianças para o Capitalismo Cognitivo

SAB, 13/12/2014 - 13:55                                                                                                     GGn Brasil.


Prefeitos, governadores e presidentes vivem a pressão política  e mercadológica de tornar visíveis para a mídia e opinião pública suas obras e realizações. Mas às vezes essa corrida contra o tempo cria verdadeiros atos falhos onde a peça publicitária se trai e a verdade sobe à tona em meio a camadas de discursos e eufemismos. O exemplo mais recente é a da inacreditável publicidade veiculada no jornal “O Globo” do programa “Fábrica de Escolas do Amanhã” da Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro: crianças em carteiras sobre uma esteira de linha de produção ao melhor estilo do vídeo clip “Another Brick in The Wall” do Pink Floyd. Qual concepção de educação pública é passada pelo ato falho visual? Para onde aquela esteira está levando as crianças da foto? Uma análise iconográfica e semiótica da peça publicitária pode revelar: a esteira leva para o futuro, para o Capitalismo Cognitivo.
Como diz aquele provérbio, uma imagem vale mil palavras. Publicidade veiculada no último domingo no jornal O Globo do programa “Fábrica de Escolas do Amanhã”, da Secretaria Municipal da Educação do Rio de Janeiro, mostra uma fotografia onde explicitamente faz uma aproximação de uma escola com uma linha de produção industrial.
Acima da foto em que vemos crianças nas carteiras escolares sobre uma esteira de linha de produção há um texto que diz: “Nossa linha de produção é simples. Construímos escolas, formamos cidadãos e criamos futuros”. A peça publicitária divulga o programa da prefeitura que constrói estruturas pré-moldadas para a construção e escolas, além de armazenar e distribuir material para as unidades da rede de ensino.
Imediatamente as redes sociais começaram a relacionar a fotografia com o clássico vídeo clip da música do Pink Floyd “Another Brick  in The Wall” onde vemos também estudantes em carteiras se movendo sobre uma esteira de linha de produção, para depois serem jogadas em um assustador moedor de carne humana.

O programa municipal Escola do Amanhã é bem intencionado, como todo projeto pedagógico ou de aprendizagem. Fala em “cidadãos autônomos”, “educação holística”, “personalização e individuação” e outros conceitos que encontramos em qualquer texto de educação com inspiração humanista.

Porém, ao mesmo tempo, o programa usa os típicos eufemismos da gestão corporativa: “excelência”, “gestão avançada”, “diagnóstico”, “planos de ação” etc. Em tempos de cobrança de austeridade da máquina pública, apenas palavras humanistas não legitimam políticas – são necessários conceitos corporativos para criar uma percepção de gestão eficiente - leia "Escolas do Amanhã", Secretaria Municipal da Educação, Rio de Janeiro .
Mas a imagem publicitária da Fábrica da Escola do Amanhã diz muito mais:  é um ato falho que revela os destinos da Educação dentro do chamado “Capitalismo Cognitivo” atual – a formação educacional voltada para trabalho cognitivo-cultural em serviços comerciais e financeiros caracterizados pelo uso da tecnologia digital, dentro de organizações flexíveis ou pós-fordistas - leia DELEUZE, Gilles e GUATTARI, Felix, Capitalismo e Esquizofrenia.

À primeira vista, a imagem sugere algo como uma linha de montagem taylorista como aquela que engole Chaplin no filme Tempos Modernos: crianças padronizadas como estruturas pré-moldadas, tal qual a matéria-prima destinada à construção de escolas municipais.

Porém, utilizando ferramentas de análise iconográfica e semiótica, veremos que a imagem é um revelador ato falho daquilo que está nas entrelinhas bem intencionadas da Escola do Amanhã: formação padronizada e em série de futura mão de obra, não para as tradicionais linhas de montagem, mas como nova força de trabalho exigida pelo capitalismo cognitivo.

Iconografia: padronização versus flexibilidade

Vemos três crianças (duas meninas e um menino) sentados em carteiras. Estão sobre uma esteira rolante com as engrenagens à mostra. As crianças estão cabisbaixas. Tomando-as isoladas, seria um índice de concentração em uma atividades escolar - estão com lápis na mão e escrevem em cadernos. Porém, a padronização generalizada (uniformes, tênis, carteiras) sugere atitude de resignação.

Pink Floyd: Another Brick in The Wall
Cabeças baixas, padronização e esteira de produção criam o forte significado de serialidade. “Mais educação” é transposto para a imagem como um evento serial. Certamente, a analogia com o vídeo “Another Brick in The Wall” é imediata, pela serialidade da padronização dos estudantes como tijolos que formam o muro do sistema.

Se vídeo clip do Pink Floyd com carteiras antigas de madeira escura, roupas em tons cinzas, esteira de produção enferrujada, criando uma atmosfera do peso da tradição escolar, nessa peça de publicidade temos o inverso: ambiente claro onde predominam tonalidades em azul. A esteira está sobre um piso limpo, liso, vitrificado, assim como a esteira – metal como que escovado, conferindo um visual high tech. São signos de futuro, modernidade, o amanhã.

Não estamos diante de uma linha de montagem padrão taylorista, tal como no filme The Wall: não há a máscara da padronização e os cortes de cabelos são diferentes, contemporâneos, reforçando o significado de variedade étnica. O que vemos é uma linha de montagem pós-fordista, tal como as baias dos ambientes corporativos: permitem individuação dentro de um ritmo de trabalho imposto pela organização.

Combinando com as carteiras também em design moderno (sugerem materiais leves entre alumínio e plástico), a atmosfera geral passa leveza, flexibilidade e ambiente tecnológico.

Conclusão: a iconografia nos transmite significados contraditórios: de um lado o peso da padronização transmitida pelo conceito fabril de “mais educação”; e do outro o décor que transmite leveza e flexibilidade. Se é possível fazer uma psicanálise da imagem, diríamos que é um ato falho: o “chiste” da imagem refletiria a dualidade do discurso da Escola do Amanhã – noções humanistas como “autonomia”, “cidadania” e “holismo” convivendo ao lado de conceitos organizacionais duros como “gestão” e “excelência”.

Semiótica: a resignação das crianças

A figura de retórica utilizada (uma “paliconia”, isto é, o mesmo elemento repetido) reforça esse conceito geral de serialidade e produção fabril. O curioso é que as cabeças baixas dos estudantes (que poderia ser interpretada como concentração nos estudos) tem a leitura da resignação reforçada pela visão em plongée (de cima para baixo).

A "individuação" de Eduardo Paes
No vídeo clip do Pink Floyd vemos os estudantes vítimas da linha de montagem em contra-plongée (de baixo para cima) o que confere aos personagens um heroísmo trágico – luta e revolta dos estudantes contra o sistema. Ao contrário, na peça publicitária, o plongée reforça ainda mais o significado da resignação dos estudantes pela sua condição presente e futura.

E finalmente, numa saturação de signos, a esteira está em diagonal e em descenso – ela vai da posição superior esquerda para a área inferior direita. Cabeças baixas, visão em plongée e esteira em descenso saturam esse significado geral de resignação do indivíduo diante da produção serial.

E para onde a esteira rolante leva os alunos da foto? Certamente para o Capitalismo Cognitivo: os significados aparentemente contraditórios de produção serial versus leveza de cores e design transmitem o próprio futuro para o qual as crianças resignadas estão sendo “educadas” (ou treinadas?) – as organizações flexíveis dos setores de serviços e financeiros, trabalhos precarizados pela tecnologia digital e flexibilização das leis trabalhistas. 

No final a mensagem contraditória da peça publicitária revela o futuro esquizofrênico – atitude conformista convivendo com a ideologia da iniciativa individual da busca pelo mérito.

Algumas bombinhas prá terminar

 Mandatários públicos têm a compulsão em mostrar obras e realizações. Mais estradas, mais policiais, mais ruas iluminadas, mais saneamento básico e assim por diante. Publicitariamente, obras públicas são significadas pelo princípio do serial e da produtividade. O problema é quando as realizações dos gestores públicos entram na área humanística da educação e cultura: por mais cuidado e sensibilidade que tentam ter, acabam cedendo a atos falhos como a dessa peça publicitária da Fábrica da Escola do Amanhã – no final, a educação segurança e saneamento básico são medidos pela mesma régua quantitativa.

A imagem do prefeito Eduardo Paes deixando a marca da sua mão no concreto de uma estrutura pré-fabricada que construirá escolas, na inauguração de mais uma Fábrica é emblemática: a marca do realizador em meio à produção serial – talvez a única “individuação” que a Escola do Amanhã produzirá.


quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

"O bom julgador por si só se julga."

Mauro Silva: Rafael Diniz induziu juiz a erro

terça-feira, 09 de dezembro de 2014    –     Foto:  Campos 24 Horas   



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A Câmara Municipal de Campos irá expedir ao Tribunal de Justiça (TJ) nas próximas horas uma certidão da ata da sessão em que foi aprovado o projeto de lei que autoriza o Executivo a contrair antecipação de receita dos royalties junto a instituições de crédito. A decisão do Legislativo atendeu a um requerimento em questão de urgência do vereador Mauro Silva (PT do B) na sessão desta terça-feira. A operação de crédito foi barrada na semana passada por decisão liminar do juiz Felipe Pedalino Costa, baseado numa informação equivocada do vereador Rafael Diniz (PPS), autor da ação.
“Lamentavelmente, a liminar foi concedida com base numa informação equivocada do vereador Rafael Diniz, que induziu o magistrado a erro, quando na petição ele foi informado que o projeto foi votado como Lei Ordinária, e não por Lei Complementar, que exige quórum qualificado. Ora, a sessão foi filmada, a ata comprova que havia número suficiente de vereadores para a votação como Lei Complementar. Então, peço ao presidente Edson Batista que encaminhe a cópia da ata ao Poder Executivo e ao Judiciário com a informação correta para que essa liminar reja revogada e danos não sejam causados ao município. A decisão judicial foi concedida com base nesta informação que não condiz com a verdade”, disse Mauro.
Rafael Diniz, por sua vez, replicou: “A questão vai além do vício formal. Tenho a consciência tranquila. Estou fazendo minha parte”.
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Fonte: O Diário

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Recursos contra aquecimento global beneficiaram poucos países, diz instituto.


Metade dos quase US$ 8 bilhões (cerca de R$ 20,7 bilhões) repassados para combater o aquecimento global no mundo em desenvolvimento foram destinados para apenas dez países, prejudicando nações em maior risco, aponta relatório do Instituto de Desenvolvimento no Exterior, um think tank (instituição que produz conhecimento estratégico) britânico.
Marrocos, México e Brasil foram os países que mais recursos receberam desde 2003 - mais de US$ 500 milhões cada (R$ 1,3 bilhão), de um total de US$ 7,6 bilhões (R$ 19,67 bilhões), de acordo com a análise de gastos na última década em 135 países.
O relatório foi divulgado antes da última semana de negociações das Nações Unidas, em Lima, no Peru, para conseguir as bases de um acordo para reduzir o aquecimento global. A 20ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (COP-20) começou na segunda-feira (1) e vai até 12 de dezembro.
"O México e o Brasil estão entre os dez maiores emissores de gases de efeito estufa e, com o Marrocos, têm enorme potencial nas energias renováveis", indica o relatório.
No entanto, em relação ao apoio financeiro, muitos dos países mais pobres ficaram para trás. "Estados frágeis e afetados por conflitos, como a Costa do Marfim e o Sudão do Sul, onde é normalmente difícil aplicar financiamento, receberam menos de US$ 350 mil [R$ 905 mil] e US$ 700 mil [R$ 1,8 bilhão], respectivamente", informou o instituto.
"Muitos países de rendimento médio que são vulneráveis aos impactos das alterações climáticas e têm um potencial significativo para energias limpas, como a Namíbia, El Salvador e a Guatemala, também receberam menos de US$ 5 milhões [R$ 12,9 milhões] cada", indicaram os especialistas.


Fonte: Agência Brasil

Prefeitura libera pagamento de dezembro e 13º dia 18.
A Prefeitura de Campos vai efetuar no dia 18 o pagamento do mês de dezembro e a segunda parcela do décimo terceiro salário dos servidores municipais. Com estes pagamentos, são cerca de R$ 100 milhões injetados na economia uma semana antes do Natal . Deste total, R$ 30 milhões correspondem a segunda parcela do décimo terceiro salário e R$ 70 milhões à folha de pagamento de dezembro.
A primeira parcela do décimo terceiro foi efetuada em junho, como vem acontecendo desde 2009. Em um ano, são mais de R$ 800 milhões investidos no funcionalismo. Ao contrário dos meses anteriores, em que o pagamento é efetuado em três dias, este mês, todos os vencimentos serão liberados no dia 18. A antecipação vem sendo feita, nos últimos seis anos, para que os servidores possam se programar para as compras de Natal e, ainda, pagar as contas de dezembro antecipadamente.
De acordo com o secretário de Administração e Gestão de Pessoas, Fábio Ribeiro, a convocação dos concursados de 2012, o reajuste acima da inflação e os benefícios concedidos ao funcionalismo, através do Plano de Cargos e Salários e as gratificações, o pagamento dos servidores vem sendo efetuado em dia.
– Só os admitidos no concurso público, representam R$ 10 milhões a mais na folha de pagamento, por mês. Se levarmos em conta as gratificações dos médicos que optaram pelo plantão de 12 horas, são mais 21 milhões desde junho, ou seja, R$2,7 milhões, por mês, a mais só com esta gratificação – informa.
Benefícios – Fábio Ribeiro explica que o crescimento vegetativo da folha de pagamento se deve à convocação dos  aprovados no concurso público, realizado em 2012, para o preenchimento de vagas para funções de níveis médio e superior, e benefícios como enquadramento do Plano de Cargos e Salários dos profissionais da Educação, além do pagamento da promoção horizontal (letrinhas); 10% de regência para os profissionais que atuam em sala de aula e 100% do Regime Especial de Trabalho (RET), além de outras gratificações e isonomia entre os auxiliares de segurança que atuam no serviço de trânsito.
(com assessoria)


Fonte: fmanha.com.br

PF acha planilhas com nomes de políticos e valores na sede de empreiteira.

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Ricardo Brandt, Ricardo Chapola e Fausto Macedo

Planilhas apreendidas pela Polícia Federal na sede da empreiteira Camargo Correa, em São Paulo, contêm nomes de políticos como o vice-presidente Michel Temer (PMDB) ao lado de valores em dólares e de obras de infraestrutura estimadas também na moeda estrangeira.
São feitas duas menções ao nome de Temer no documento, cada uma seguida pelo valor de US$ 40 mil.
Por meio de sua assessoria de imprensa, Temer negou qualquer vínculo com a empreiteira.
Segundo a assessoria do vice presidente, ele nunca recebeu recursos da Camargo Corrêa "a qualquer título".
Ainda de acordo com os assessores do vice-presidente, Temer nunca destinou emendas para obras em Araçatuba e nem para obras rodoviárias em Praia Grande.
Araçatuba e Praia Grande, municípios paulistas, são cidades que aparecem ao lado do nome do vice presidente nas planilhas apreendidas pela Polícia Federal na sede da empreiteira, ao lado também dos valores de US$ 40 mil.
Na mesma tabela, constam nomes de outros deputados, senadores e prefeitos.
A PF não faz nenhuma análise sobre o documento porque os políticos mencionados detêm foro privilegiado perante os tribunais superiores - no caso dos parlamentares, o Supremo Tribunal Federal (STF) detém competência exclusiva para abrir investigação.
Sem autorização da Corte, a PF não pode investigar deputado nem senador.A PF apenas juntou aos autos da Operação Lava Jato o documento apreendido na empreiteira, que é alvo da investigação por suspeita de ter integrado o cartel que assumiu o controle dos maiores contratos da Petrobrás.
Não há nenhuma menção nas planilhas encontradas na empreiteira a um suposto caixa 2 ou pagamento de propinas. São nomes lançados ao lado de valores.
Na apreensão, a PF também encontrou planilhas que apontam doações que teriam sido feitas pela empresa a políticos do PT, PSDB, PMDB, DEM, PDT e PT nas eleições de 2012.Os nomes dos políticos aparecem em tabelas, organizadas por partidos. Os políticos citados nas planilhas vem acompanhados por números isolados.
A primeira tabela é reservada aos políticos do PT.O material foi apreendido pela polícia durante o cumprimento de um dos mandados de busca da Operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção na Petrobrás envolvendo políticos e empreiteiras.
O criminalista Celso Vilardi, constituído pela Camargo Corrêa, disse que não iria comentar o documento apreendido pela PF porque não teve acesso a ele.

Fonte: estadao.com.br

sábado, 6 de dezembro de 2014

Ex-mulher de Collor diz que ex-presidente fazia rituais com fetos humanos

Por Redação Yahoo! Brasil

 

O maior amor e a maior decepção de sua vida. Esse é Fernando Collor para Rosane Malta, nome de divorciada de Rosane Collor, ex-mulher do ex-presidente da República. Em entrevista ao jornal O Globo ela falou sobre sua conturbada relação com ele, as brigas conjugais, a rotina de primeira-dama e até rituais macabros com fetos humanos celebrados por ele. Todas as histórias fazem parte do livro "Tudo o que vi e vivi", que ela lança pela editora LeYa.


“Cecília [Mãe de Santo de confiança de Collor] me contou que, certa vez, fez um trabalho para Fernando envolvendo fetos humanos. Ela pegou filhas de santo grávidas, fez com que abortassem e sacrificou os fetos para dar às entidades. Uma coisa terrível, da qual ela obviamente se arrepende. Quando eu soube disso, chorei copiosamente”, conta Rosane.

De acordo com ela, o primeiro trabalho que ela teve ciência ocorreu quando o ex-marido ficou furioso com a decisão de Silvio Santos de se candidatar à Presidência em 1989, no pleito que Collor venceria mais tarde. O dono do SBT se candidatou com o apoio de José Sarney mesmo prometendo a Collor que não o faria, mas não concorreu por ter sua candidatura impugnada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Apesar das declarações bastante pesadas, Rosane afirmou não guardar ódio do ex-marido. Diz ela que a decisão de escrever o livro foi uma luta para atingir seus direitos enquanto ex-mulher. Ainda segundo ela, apesar de pesadas, as histórias foram amenizadas.

"Eu amenizei muitas coisas que estão no livro, não passei ódio. Passei, sim, decepção. Eu não guardo ódio. Guardo decepção. Eu lutei para que a Justiça me desse os meus direitos", diz a ex-primeira-dama.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Dilma colou um código de barras no Congresso.


Numa sessão encerrada às 4h58 da madrugada desta quinta-feira, após 19 horas de embates, o Congresso Nacional aprovou o texto-base do projeto de lei que autoriza o governo a fechar as contas públicas de 2014 no vermelho. Por ausência de quórum, faltou votar uma emenda ao texto principal. Haverá nova sessão na próxima terca-feira. Mais cinco dias para que os adversários e, sobretudo, os aliados do governo tirem mais algumas lascas da imagem de Dilma Rousseff.
Praticamente concluída, a votação desce à crônica do primeiro mandato de Dilma como uma prova da eficiência do governo. Ele fixou a meta de superávit fiscal, ele mesmo descumpriu a meta e ele mesmo se absolveu, arrancando do Congresso uma lei que o desobriga de cumprir a meta.
Para obter do Legislativo a decisão que a livrará de um eventual enquadramento no crime de responsabilidade, Dilma paga um preço. Pelo alto, negocia ministérios com cardeais dos partidos governistas. Na planície, brindou o baixo-clero parlamentar com um decreto liberando R$ 444 milhões em emendas ao Orçamento da União.
Cada deputado e senador passou a dispor de uma mesada de R$ 748 mil para aplicar em obras nos seus redutos eleitorais. Coisa de R$ 11,7 milhões por ano. Tudo isso condicionado à aprovação da manobra fiscal. Foi como se Dilma grudasse no plenário do Congresso um código de barras.
Como se sabe, nem todos os parlamentares estão sujeitos ao suborno. Mas 90% dos quadros do Parlamento dão aos 10% restantes uma péssima reputação. De resto, ao fixar num decreto o valor de cada voto —coisa inédita na história do fisiologismo nacional—, Dilma deixou claro que não faz questão de tirar da nova lei a marca do preço.
Além de rebaixar o teto de um Congresso que não consegue aumentar sua estatura, Dilma ministra um grande ensinamento aos 27 governadores e aos mais de 5 mil prefeitos de todo país: governar é desenhar com borracha. Ficou entendido que a Lei de Responsabilidade Fiscal só vale até certo ponto. O ponto de interrogação. Guiando-se pelo exemplo federal, gestores estaduais e municipais que flertarem com a irresponsabilidade fiscal poderão reivindicar o direito de desfritar um ovo.

Fonte: noticias.uol.com.br

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Cadê O Judiciário???

O trabalho escravo e a informalidade no meio rural


Nota do Brasil Debate
Como já abordado no Brasil Debate (ver Combate à escravidão moderna e presidenciáveis), em pleno século 21 o trabalho escravo continua sendo um problema no Brasil.
Estima-se que em torno de 155 mil pessoas sejam escravas no Brasil hoje. O gráfico abaixo, retirado de um estudo do DIEESE, mostra a quantidade de trabalhadores resgatados em operações de fiscalização para a erradicação de trabalho escravo entre 1995 e 2014 (até maio).
Durante o período abordado no gráfico, foram realizadas 1.587 operações de fiscalização para erradicação do trabalho escravo, em que foram inspecionados 3.773 estabelecimentos e resgatados 46.588 trabalhadores, 44% desse total no meio rural.
grafico trabalhadores resgatados
As atividades econômicas do meio rural com maior número de resgatados são lavouras, pecuária, reflorestamento, carvão vegetal, extrativismo, cana-de-açúcar e desmatamento. Ademais, no meio rural, são ainda muito elevados os números de acidentes de trabalho, como por intoxicação por agrotóxicos ou excesso de esforço.
Apesar de 15,6% de a população brasileira estar no meio rural (segundo dados do Censo de 2010), 44% dos trabalhadores resgatados em condição de escravos estão nesse setor, o que mostra que os trabalhadores rurais são mais vulneráveis a esse tipo de exploração.
Relações precárias e campanhas
Além do trabalho escravo, no meio rural a precariedade do trabalho se expressa também em mais alta taxa de informalidade que no meio urbano, menor acesso à previdência social, sindicatos, menores salários e menores taxas de escolaridade.
Existe, desde 2006, a Política Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e tem-se investido em campanhas. Em maio de 2013, o Ministério da Justiça e a UNODC no Brasil lançaram a Campanha Coração Azul, contra o tráfico de pessoas, com o slogan “Liberdade não se compra. Dignidade não se Vende. Denuncie o Tráfico de Pessoas”.
Também a Campanha da Fraternidade, da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), desse ano de 2014 tem como temática a “Fraternidade e Tráfico Humano”. Nesse sentido, a aprovação da PEC do trabalho escravo nesse ano também foi uma conquista.
Fonte:GGN

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Quero Ser Como Criança!!!

No leito de morte, filho pede à mãe que doe seus brinquedos para crianças africanas carentes

Yahoo Notícias

Reprodução
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Após levar uma picada de aranha venosa, Branson Riley Carlisle, de apenas cinco anos, causou comoção ao pedir, em seu leito de morte, que a mãe doasse seus brinquedos para crianças carentes da África. A história rapidamente se propagou pelo Alabama, nos EUA, onde a família da criança vive.

“Quando estava na maca indo para a UTI, ele ainda conversou com o médico, continuou a brincar como um menino de cinco anos. A enfermeira disse que seu coração havia parado e que eles haviam tentado uma ressureição por dezessete vezes. Então, eu sabia que não havia mais nada para ser feito por ele e pedi para que parassem”, conta Jessica sobre os momentos finais de seu filho.

Ciente do último desejo de Branson, a mãe já se prepara para recolher e doar todos os brinquedos dele. Ela também prepara material para alertar outros pais sobre o perigo de picadas de aranha. Seu filho foi picado por uma aranha marrom e, mesmo com todos os cuidados, não resistiu após passar o dia no hospital. Agora, Jessica quer conscientizar pais da importância de todos os cuidados possíveis com animais peçonhentos.