Governos têm 14 vezes mais postos de livre nomeação do que a União
Por Daniel Bramatti | Estadão Conteúdo

A máquina de cargos de livre nomeação nos governos estaduais é pelo menos 14 vezes maior que a do governo federal. O último levantamento oficial sobre o assunto, divulgado em março pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que os governadores, somados, empregavam em 2013 cerca de 84 mil servidores sem concurso apenas na administração direta.
No governo federal, embora o total de cargos comissionados se aproxime dos 23 mil, quase 75% deles são ocupados por servidores de carreira. O número de funcionários sem vínculo com o serviço público (não concursados) é de 5.933, segundo o último Boletim Estatístico de Pessoal.
Os cargos de livre nomeação são cobiçados por grupos políticos interessados em “aparelhar” determinadas áreas dos governos. Mas também são usados para atrair à administração pública técnicos e gestores com qualificações específicas para determinadas tarefas. Além disso, abrigam servidores de carreira em cargo de chefia, que, com isso, recebem um bônus sobre seus salários básicos.
O governo do Rio de Janeiro, sozinho, supera o número de não concursados do governo federal: tem 6.016 na administração direta (gabinete do governador, secretarias e órgãos subordinados) e mais 3.236 na administração indireta (autarquias, fundações e empresas públicas). Na esfera federal, há pouco mais de mil comissionados nesse âmbito, mas as comparações são indevidas, pois o conceito de administração indireta é diferente do utilizado nos Estados.
O governo paulista abriga 3.165 comissionados não concursados na administração direta e 2.645 na indireta. Segundo a Secretaria de Gestão Pública, houve redução de 30% no total de comissionados “puros” desde o ano passado. Em Minas Gerais, dos 4.370 servidores não concursados, 3.056 são da administração direta e 1.314 estão em autarquias e fundações.
No conjunto dos Estados, além das 84 mil vagas na administração direta, os Estados empregam cerca de 30 mil não concursados na administração indireta.
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