segunda-feira, 7 de março de 2016

Novas instalações na Beneficência Portuguesa


Marcus Pinheiro
Fotos: Genilson Pessanha e Tércio Teixeira

Mesmo em tempos de crise financeira e na Saúde Pública, o hospital Sociedade Beneficência Portuguesa de Campos (SBPC) conclui obra milionária de novo prédio e se prepara para ampliar o número de atendimentos realizados a população das regiões Norte e Noroeste Fluminense. O atual edifício, construído ao lado da sede histórica fundada em 1852, possui 11 pavimentos e conta ainda com um heliponto, para embarque e desembarque de pacientes em quadro agudo de urgência e emergência. De acordo com o diretor da unidade, Jorge Miranda, mesmo sem uma cerimônia oficial de inauguração, algumas instalações já estão em funcionamento desde a primeira semana de fevereiro, enquanto outras alas ainda recebem os toques finais.
— Ativamos algumas instalações e já estamos realizando alguns atendimentos. Primeiro colocamos o hospital para funcionar e depois a gente faz a festa — declarou o diretor.
O novo prédio, em obras desde dezembro de 2012, já consumiu investimentos superiores a R$ 9,2 milhões. Segundo Jorge Miranda, que está há 20 anos a frente do hospital, a receita utilizada no erguimento da edificação foi subsidiada por meio da venda de dois imóveis adquiridos pela SPBC em meados da década de 30. Além da verba dos imóveis, a administração teria ainda contratado financiamentos bancários e dado baixa em aplicações financeiras.
Além de Miranda, as novas instalações também foram apresentadas pelo arquiteto responsável pelo projeto, Franklin Lisboa. Ao todo o novo prédio conta com 17 consultórios médicos; 20 quartos coletivos para internação, com quatro salas para a realização de exames por imagem; 18 leitos de UTIs neonatais, sendo que oito estão conveniadas à Prefeitura de Campos, para atendimentos do Sistema Único de Saúde (SUS); nove leitos de Unidade Intermediária (UI); e mais três UTIs pediátricas. Em fase de acabamento estão as UTIs para adultos que ocuparão dois andares e contarão com 38 leitos, entre comuns e de isolamento. Na cobertura, futuramente será instalado um auditório com capacidade para cerca de 400 pessoas e um heliponto.
Denúncia de um pai ganhou repercussão
No mesmo mês em que as novas instalações da Beneficência entraram parcialmente em funcionamento, uma denúncia de descumprimento da Lei Federal 11.108 — chamada “Lei do acompanhante” — na maternidade do hospital virou caso de polícia e ganhou repercussão nacional.
O caso veio a público após Gabriel Alves divulgar um vídeo em que ele aparecia sendo barrado na porta de uma enfermaria do hospital, momentos após o nascimento de sua filha, Safira. Em sua publicação, Gabriel afirmou que tentou acompanhar ao parto de sua namorada Amanda Oliveira, no último dia 23, mas teria sido impedido por representantes do setor.
No vídeo, uma das médicas responsáveis pela maternidade aparece impedindo a entrada de Gabriel, alegando que o diretor do hospital não permitiria a permanência de homens no setor devido à falta de estrutura para o paciente ficar privado.
Na ocasião, Miranda disse a permissão da entrada somente de mulheres na maternidade se dava pelo bom-senso e privacidade. No entanto, após o ocorrido, a medida foi suspensa.
Modernidade para melhor atendimento
O diretor do hospital acredita que a implantação do novo prédio mudará o perfil dos pacientes que buscam assistência médica na Beneficência Portuguesa de Campos, e que isso contribuirá para a manutenção dos serviços ofertados a população através do SUS. Ele ainda explicou os motivos que levaram a sociedade que administra a unidade hospitalar a criar a nova estrutura.
— Vamos aos poucos modificando o perfil de atendimento do nosso hospital. Nós pretendemos atender pacientes que tragam outras receitas, por meio de convênios e atendimentos particulares, para poder manter o SUS funcionando. Pois, hoje, as verbas do SUS são insuficientes. Por isso, optamos por construir uma área que ofertasse serviços de ponta compostos com o que há de mais moderno no mercado, para que os pacientes possam utilizar nossas instalações com o conforto que eles desejam e, ao mesmo tempo, amenizar a atual defasagem de caixa atual — disse o diretor Jorge Miranda.
O diretor afirmou ainda que a necessidade de adequação às normas nacionais de saúde, que evoluíram desde a fundação do hospital, há 163 anos, foi determinante para que a nova edificação fosse erguida. “Apesar da realização de muitas reformas de ampliação capazes de atender a evolução do sistema de saúde e as novas normas, chegou a hora de expandir”, completou.
Fonte: Folha da Manhã.

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