sábado, 9 de agosto de 2014

E agora José!!!

Religião, política e polêmicas.

Alexandre Bastos
Foto: Divulgação
Assim como ocorreu na eleição de 2010, a mistura entre religião e política tem feito parte dos debates entre os candidatos. No Rio, o senador Marcelo Crivella (PRB), que é bispo licenciado da igreja Universal e candidato ao governo do estado, garante que respeita todos os tipos de opiniões. Porém, gerou polêmica ao afirmar que a homossexualidade “não é doença, mas é pecado”. Já a presidente Dilma Rousseff (PT), anda cada vez mais próxima dos evangélicos. Ela visitou nesta sexta-feira (8) um templo da Assembleia de Deus e não poupou afagos aos religiosos: “É importante crer”, disse.
Na tarde desta sexta-feira (8) Crivella organizou um almoço com representantes da comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros), para se explicar sobre a afirmação de ser contra a homofobia e o preconceito, mas acreditar que a homossexualidade “não é doença, mas é pecado”. Participaram da reunião seis pessoas do Grupo Iguais, de integrantes LGBT de Cabo Frio, quatro militantes gays e filiados do PRB, e outros dez integrantes da equipe de campanha de Crivella. O candidato saiu do encontro sem responder se ele conversaria com os deputados estaduais da bancada evangélica — alguns deles seus cabos eleitorais — para a aprovação de projeto de lei na Assembleia Legis-lativa do Rio de Janeiro (Alerj) que preserva os homossexuais (no caso, o PL 2054/2013).
Presidente do Grupo Iguais, Rodolpho Campbell solicitou que o senador assinasse um termo de compromisso, destinado a todos os candidatos ao governo, que garante direitos no plano estadual para a comunidade LGBT. Crivella saiu sem assinar o temo. Para Campbell, a reunião foi frustrante. “Gostaria que ele tivesse assinado. Viemos para isso”, lamentou. Ao final, o ex-ministro da Pesca disse que não irá para a próxima edição da Parada Gay do Rio, da mesma forma que não forçará os homossexuais a irem à Marcha para Jesus.
A resposta de Marcelo Crivella que causou polêmica foi dada após a jornalista da Band perguntar para o candidato se, eleito governador, Crivella sancionaria o projeto de lei, em tramitação na Alerj, que prevê punição dos estabelecimentos públicos e privados que discriminarem casais do mesmo sexo e que está sofrendo resistência da bancada religiosa.
Dilma cita “Salmo de Davi” durante visita
Em busca de aproximação com o eleitorado evangélico, a presidente Dilma Rousseff visitou ontem a Assembleia de Deus do Brás, em São Paulo — braço da congregação de Madureira, à qual pertence o também candidato ao Planalto pastor Everaldo Pereira, do PSC. Dilma, que nunca se declarou religiosa, citou até mesmo uma passagem da Bíblia: “O Estado brasileiro é um Estado laico, mas, citando um salmo de Davi, queria dizer que ‘feliz é a na-ção cujo Deus é o Senhor’”. E prosseguiu: “Reconheço a autoridade e a qualidade do trabalho prestado pela As-sembleia de Deus ao longo de seus 103 anos, em todos os Estados, nos rincões e áreas mais isoladas deste país, e nas periferias. A ação social de vocês contribui para a inclusão. Nós temos em comum a dedicação àqueles que mais precisam”, disse.
Na corrida eleitoral de 2010, Dilma enfrentou resistência entre o segmento evangélico em decorrência de controvérsias sobre sua posição em relação à legalização do aborto. Na ocasião, líderes da Assembleia de Deus e do PSC, como o próprio pastor Everaldo, atuaram em defesa da petista.
Fonte:Folha da Manhã.



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